sexta-feira, 21 de agosto de 2009

ERA DA INFORMAÇÃO

Na boa, tu gostaria de ficar sabendo tudo o que acontece ao redor do mundo sempre o tempo todo? Saber é poder, lembro de ter lido durante a faculdade, mas tem um limite. Daí tu te pega pensando uma hora dessas sobre mais um atentado que aconteceu naquele país que tá em guerra (sempre tem um...) que matou não sei quantos e feriu uma meia dúzia, etc. Começa a ficar preocupado se o resultado da eleição no Tibet vai ser aceito pela oposição ou vai haver mais um golpe de estado, se mais um presidente sul-americano vai se tornar um ditador e depois realizar eleições pra então ganhar com esmagadora diferença de votos... Tu aprende o que é Tsunami, quado acontece e o que fazer se tu tiver em Capão e der troço desses, fica paranóico com mais uma gripe que lançaram (“...é, parece que se tu adoecer, já era...”), fica com pena das ilhas do pacífico que tu nunca tinha ouvido falar, mas que vão desaparecer por causa do aquecimento global, que por sinal tu nem sabe se existe ou é invenção de um grupo de cientistas, que por sua vez disputam a mídia com o outro grupo, que diz que isso tudo é bobagem, que o planeta sempre passou por períodos de aquecimento e esfriamento periódicos, independente da presença humana na terra... UFA! Ou tu fica sabendo de tudo isso ou vai ver novela, ou mais um filmezinho meia-boca pra entreter o povão... Sim, a culpa é da TV! Descobri! Não, é do dedo indicador da mão direita, que liga a TV, ou será do mouse?!?
Imagina como vive o cara que cuida um fundão de campo pro patrão na fronteira do Rio Grande: Sem TV, nem celular no máximo um radinho a pilha, que justamente por ser a pilha deve ser poucas vezes ligado. O gaúcho véio passa os dias na sua lida, nem aí pra crise imobiliária dos EUA, que ele deve ter ouvido falar vez ou outra no radinho, mas nem ligou o nome à pessoa. Já imaginou como deve ser um cara tranqüilo esse qüera (homem, em gauchês)? Garanto que não ta preocupado com o avanço do Crack entre a população de jovens adultos entre 18 e 29 anos de classe média das grandes metrópolis.

Às vezes me flagro olhando TODOS os dias a folha de São Paulo, o UOL, o Diário de Santa Maria, o Orkut eeeeeeee o e-mail, só por segurança pra garantir que tudo anda bem (ou não) ou saber se alguém quer falar comigo, se me mandou mais uma piada imperdível, ou aqueles powerpoints com musiquinha de ninar, com fotinhos de bebês lindinhos com o seguinte título: “Muuuuito lindooo! Abra! Com som!”

Vá lá, tu tá agora dizendo que se não fosse a internet, eu não ia poder lançar essas palavras aqui para os outros lerem (ou não) e eu já adianto que é verdade, porque a graça toda tá no contraditório, não no senso comum.

Nenhum comentário:

Postar um comentário