sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mens sana...

in corpore sano...
As comparações que fazemos no dia a dia servem para dar uma idéia para o interlocutor de como as coisas são, quando não se pode mostrar uma imagem. Ou pra se fazer entender melhor quando não se consegue expressar bem com palavras, ou fazer os outros pensar. Óbvio que a minha intenção aqui só podia ser a última. Pois bem, imaginei a leitura como a alimentação. O cérebro como um estômago, e os diferentes tipos de leitura como os alimentos à disposição do consumidor no supermercado (feira do livro, biblioteca pública, livraria, estante da sala...). Então, lembrei dos meus hábitos alimentares, que não é dos melhores, pois não monto um prato muito colorido, se é que me faço entender... Frutas, verduras, legumes em profusão de cores e sabores e texturas na festa do sabor dentro da minha boca! Não, não é bem assim. Quando piá, a minha mãe passou algum trabalho pra me fazer comer alimentos saudáveis, lembro que não era fácil pra ela (nem saboroso pra mim). Era suco disso com aquilo, alguma(s) coisa(s) triturada(s) dentro de um pastel, até lembro que eu pensava: “Por quê que aqui em casa os pastéis não são iguais aos da casa do Derli – amigo meu – só com guisado, um ovinho cozido picado e a salsa?” Mas o tempo se encarregou de me ajudar a melhorar isso. Meu outro “estômago” porém, nunca padeceu de pouca diversidade alimentar. Sempre li muito, na minha casa sempre teve muitos livros, um pouco por influência dos meus pais (mãe professora, pai capataz de estância !?!), outro tanto por causa dos meus estudos mesmo. Quem eu mais lembro lendo em casa era meu pai (!), que a despeito de ser um homem simples do campo, com pouco estudo, adorava poesia campeira e lendas do folclore gauchesco. Minha mãe tinha na leitura a profissão, assim que não lembro muito de vê-la lendo por prazer. Aí é que eu me refiro, como diz o gaúcho. Ler por prazer. Ler vários tipos de leituras diferentes para ter uma boa quantidade de “vitaminas”, de “nutrientes” no cérebro. Ler até onde dá vontade. Parar se quiser. Ler o que o amigo aquele recomendou. Ficar feliz da vida quando encontra alguém que leu o mesmo livro e poder comentar com a pessoa os fatos da história, como imaginou aquela cena, etc. Ler os clássicos, alimento de primeira qualidade, não ficar consumindo só “fast food” – leia-se revistas de fofoca, sobre novela, a vida daquele famoso – tudo bem, de vez em quando vá lá, mas não te acostuma! Tudo o que é demais, faz mal. Assim, se tu te alimentares somente de uma fonte, pode faltar outros alimentos. Quem só lesse a Bíblia, por exemplo, não saberia se ia chover no outro dia, ou perderia o prazo para a declaração do imposto de renda! Quem só lesse sobre a teoria da relatividade, perderia uma ótima palestra com aquele famoso físico em visita à cidade, ou uma excelente peça de teatro. E as dietas, então? Nesse tema, não deveriam existir nunca, pois as ocasiões que sim aconteceram, foram em tempos turbulentos da história, com a queima de livros pelos nazistas, com o index da igreja católica, que trazia lista de livros proibidos para os fiéis, com a censura na época do regime militar... É, a anorexia intelectual “matou” muita gente... Se não matou, deixou meio aleijado. Hoje os tempos são outros, graças a Deus. Finalizo comparando: Um cardápio variado à disposição para montar um bom bolo alimentar e fazer uma ótima digestão, isso sim é que faz crescer e ficar forte! E que festa no cérebro!