terça-feira, 4 de maio de 2010

Run, Forrest, run!!!

Dia desses, pra falar a verdade já era de tardezita no outono de Santo Antônio das Lavras, fui dar uma corridinha pra manter a forma – felizmente não de barril – como costumo fazer, cerca de duas vezes por semana. Já escurecia aquele sábado de abril e eu me toquei em direção à faixa pra Bagé – que é como chamamos o asfalto – com o cronômetro do relógio correndo que nem eu. Trinta minutos é o que corro, geralmente. Só pra obedecer à OMS que assim recomenda. Nos outros dias, academia ou pedal, mas isso é um assunto à parte (terceira crase que eu uso nesse texto...) sobre o qual dis“correrei” em outra feita. Corria, respirava, escutava meus passos, meditava, tudo isso só que não nessa ordem. Correndo no entardecer, tu curte o pôr-do-sol (com hífen ou sem?), mas o mais legal veio depois. Foi quando eu resolvi dar uns passos correndo com os olhos fechados... (nessa hora todo mundo já pensa: “Tá, tropeçou e caiu um tombão...”) Isso depois de dar uma olhada no caminho à frente (olha a crase de novo...), pra garantir que NÃO havia obstáculos à frente (olha ela de novo...).


Cara, que coisa boa...


Sabe quando tu “brinca” de desligar os faróis do carro por meio segundo na estrada só pra ver a sensação de perigo que dá? (Quem aqui amigo nunca fez isso, numa estrada deserta e cercado de segurança, só pra sentir qual é, hein, hein?) Pois então, é a mesma coisa só que quase sem perigo algum... Praticamente sem perigo, especialmente se tu estiver correndo nas Lavras, na faixa, de noitezita, onde não cruza “Ninguém”, ou o irmão dele, o “Praticamente ninguém”. Com exceção claro de ti, claro! Uma corrida no escuro, um salto no escuro até, só que sem o risco de cair em algum buraco. Fecha os olhos, corre um pouco, respiração ritmada, pulmões cheios, silêncio quebrado somente pelo ruído leve dos tênis contra o asfalto, temperatura amena, nem frio, nem quente...

Que momento! Uma sensação de pertencimento à natureza (parei de contar as crases...), de estar vivo, endorfina aos poucos sendo administrada no sistema, sensação de “saúde” intensa...

Correr na esteira? Correr na pista em volta de um campinho de futebol qualquer, só na volta que nem burro de olaria? Não, senhor, jeito maneira...

Agora chega de devaneios, porque o meu eu que implica com crases tá me chamando de volta e tenho que "correr"!