domingo, 28 de julho de 2013

Um dia de sol.

As melhores coisas da vida são, sem dúvida nenhuma, de graça. Tu podes te aquecer na beira de uma lareira, de um aquecedor elétrico, sob o sol do Caribe ou sob o sol de Lavras (que é o mesmo sol!). Sentir frio e resolver o problema com uma boa lagarteada é um dos exemplos da gratuidade da felicidade. Se aquecer em Gramado, Bariloche ou em Aspen custa caro, é bom, mas não necessariamente garante a felicidade, aliás, nada garante nada nessa vida. O valor de um banho quente e de uma toalha seca independe da quantidade de fios que tem o roupão e se é egípcio ou chinês. Num dia frio como os dias de inverno das Lavras, quando tu encontras um lugarzinho com sol e sem vento, não importa a qualidade do banco, cadeira ou sofá. Nós, gaúchos, ainda contamos com o chimarrão (que é tipo dum sol líquido, pra quem não conhece) pra nos aquecer. De novo, tanto faz se a bomba é de prata, se a cuia é gravada com iniciais no ouro ou é um simples porongo sem luxo. O valor das coisas não reside no quanto custam para comprarmos, como se tudo pudesse ser comprado, mas sim no quanto de felicidade nos trazem.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

A ESCOLHA DO REI - FINAL

O rei agora poderia deixar de governar para se tornar um simples lenhador do vilarejo, disse o soberano. A rainha, claro que detestou tudo isso... Mas e a rainha? Que atitude tomou quando soube que iria ter que deixar toda a vida de luxo e riqueza para trás? Bom, veja a seguir: A rainha, possessa de raiva pela atitude do marido, recusou-se a sair do castelo. Refugiou-se na torre mais alta e lá permaneceu por alguns anos, escondida. Um belo dia de primavera, resolveu fazer um passeio na carruagem real para arejar um pouco a mente. Pediu ao condutor que passasse pelos vilarejos que circundavam o castelo. Durante o trajeto, teve a mesma impressão que o então rei tivera no começo da história: de que as pessoas podiam ser felizes com pouco e de que a felicidade pode estar nas coisas mais simples. Estava um dia quente, ela teve sede e ordenou o condutor que parasse e pedisse água numa casa. Era a casa de um lenhador, mas isso já é outra estória... José Ferreira Machado Junior contou essa estória. Escrito entre às 10h da manhã e às 14:30 da tarde, em uma tarde de outono (14 de abril) de 2013, em LaPedrera, Rincão dos Minellos. A inspiração, o click inicial, veio durante um recital de música clássica na TV senado. Só tenho parabólica.