segunda-feira, 15 de abril de 2013

A ESCOLHA DO REI parte I

Era uma vez um reino bem distante onde havia, como de costume para a época, um rei, sua família real e seus súditos, tudo tipicamente organizado. As terras do rei se localizavam em uma região montanhosa recortada por vales verdejantes e extensivamente cultivada, na fronteira do que hoje é a Espanha e a França. Tudo pertencia ao rei que reinava soberano sobre seus súditos, que para ele e para si trabalhavam, tirando da terra o sustento para suas famílias e sustentando a corte real. O reino era um local feliz, habitado por campesinos felizes que amavam o seu rei, que era bom. A família real era composta pelo rei, sua esposa e sua única filha. A menina havia nascido quando a rainha já estava em idade um pouco avançada. O rei tinha passado dos cinquenta anos de idade, o que naqueles tempos já era uma idade avançada. Era gordinho, meio careca, ex-atleta de torneios de cavaleiros da sua juventude, quando ainda era um príncipe, durante o reinado de seu pai. Nos seus idos anos de jovem herdeiro, contava com vigor físico e gosto pelos desafios, que surgiam à medida que crescia e se preparava para assumir o trono. Era feliz então, mas nem sabia! Agora, depois de mais de vinte anos de reinado, estava triste e preocupado e os botões de sua túnica real vez ou outra estouravam. A rainha, que tinha a mesma idade do rei, era bela ainda, pois se cuidava muito, quase não tinha rugas no rosto (diziam as más línguas que nunca sorria, mesmo tendo muita vontade às vezes, para não ativar as marcas do tempo) e era bem rainha, uma rainha típica: adorava vestidos, luxo, perfumes caros e festas de arromba, que contavam com a presença de outros membros da corte real e de outros reinos, que às vezes visitavam. Essas visitas geralmente aconteciam durante os torneios de cavalaria. Aliás, foi durante um desses eventos com cavaleiros visitantes, que o rei, na época príncipe...

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