sexta-feira, 18 de outubro de 2013
POEMA CANÇÃO DO ANAURÉLIO
Tinha uns 15 anos de idade e escrevi isso (o ritmo é da Canção do Exílio):
Canção do Anaurélio
Minha terra tem ocalito,
d'embaxo eu fumo oliú,
bem perto tem até pesco,
campos de Lavras do Sul.
-
De vereda eu já me deito,
logo despois do almoço,
ocalito é meu leito,
trabissêro no pescoço.
-
Si de tardi eu m'incontro,
de valde a lagarteá,
no ocalito m'encosto ao tronco,
um paiêrio a desfiá.
-
Minha terra tem figuera,
onde canta o jacú,
marrecão à riviria,
e de lambuja tem tatu.
-
Se prá proseá tenho sanche,
não dexo patrão na mão,
lidano filiz e prosiano,
té o caroço da questão.
-
Pros istudo num dei certo,
num quiria istudá,
mas si vejo a inxada perto,
me atraco a capiná!
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